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PAREDES DE COURA É PIONEIRA NO COMBATE À VESPA ASIÁTICA

7 de Fevereiro de 2018 | Manuel Tinoco
PAREDES DE COURA É PIONEIRA NO COMBATE À VESPA ASIÁTICA
Geral

 

A vespa velutina, vulgarmente conhecida como asiática, é um inseto predador de outros insetos polinizadores, particularmente das abelhas domésticas – o que lhe valeu o rótulo de vespa assassina e provoca avultados prejuízos económicos no setor da apicultura pela diminuição da produção de mel. É oriunda da Ásia (Sul da Índia, Laos, Vietnam, China, Tailândia, Malásia e Indonésia) e foi introduzida acidentalmente na Europa em 2004, a partir do porto de Bordéus, através da importação de produtos hortícolas por via marítima. Desde então expandiu-se e está hoje em dia presente na maioria da Europa Ocidental, tendo já colonizado a maior parte dos distritos Portugueses, chegando até ao Alentejo.

O primeiro ninho detetado em Paredes de Coura registou-se em Rubiães, no Largo da Chão, em 2012, altura em que se desconheciam completamente quais os métodos de eliminação dos ninhos, as ferramentas e os equipamentos de proteção individual adequados que garantissem segurança.  Apesar de uma versão breve de 2013, só no ano de 2014 houve a primeira versão consolidada do Plano de Ação para a Vespa Velutina que teve como uma das ações a adoção da plataforma para comunicação de ninhos e de avistamento de vespas, designada SOSVESPA (www.sosvespa.web).

O Município de Paredes de Coura opera, desde a sua implementação, esta ferramenta tendo registado nos anos de 2014, 2015, 2016, 2017, respetivamente, 43, 86, 124 e 167 ninhos, num total de 420 registados e tratados.  Em todo o caso, uma parte significativa dos ninhos só são detetados depois da queda da folhagem das árvores, quando ciclo reprodutivo anual da vespa velutina se fechou e os ninhos se encontram maioritariamente vazios ou com atividade reduzida.

Como evitar e reagir em caso de picada

Uma picada simples de vespa é, em geral, apenas dolorosa e pode provocar um inchaço da zona em questão. Quando a picada é situada numa zona sensível (como o pescoço) é sempre conveniente dirigir-se a um centro de saúde. Os casos de alergia não são frequentes, mas no caso de fazer alergia deve ligar ao 112 ou dirigir-se de imediato a um centro de saúde ou hospital.

A picada da vespa-asiática, sendo apenas uma, não é diferente da das vespas nativas. No entanto, no caso de várias picadas, por exemplo em resposta à perturbação de um ninho, deve procurar socorro urgente, mesmo não sendo pessoa alérgica.

A grande parte dos casos de picadas é devido a ninhos enterrados ou perto do solo quando perturbados por vibrações. Por isso, nos trabalhos agroflorestais ou operações que causem vibrações, como limpezas da vegetação, aparo de sebes, regas, limpeza de fachadas ou muros com jatos, passagem por caminhos estreitos rodeados por vegetação, deve fazer-se uma verificação prévia. No caso dos ninhos mais altos, a grande maioria, só em casos de corte das árvores de suporte poderão existir problemas.

Na época de verão é habitual encontrar muitas vespas em algumas flores, frutos maduros e nas meladas que algumas plantas libertam, como os ciprestes e salgueiros. Para evitar a libertação de melada e a concentração das vespas deve reduzir-se a rega dessas plantas. Quando as vespas sejam atraídas pela melada libertada, uma simples pulverização no final do dia com água com qualquer tipo de sabão ou aplicada diretamente com uma mangueira de jardim reduz a concentração.

Os métodos de eliminação de ninhos

Existem vários métodos de eliminação e a sua evolução tem sido feita à medida da adaptação da vespa ao ambiente. Desde a pulverização dos ninhos com dióxido de enxofre, à queima com maçaricos de gás ou à pulverização dos ninhos com inseticidas.

Em Paredes de Coura utilizou-se sempre a pulverização com inseticida com a imediata remoção do ninho (até ao ano de 2015). Este método é mais moroso e não raras vezes implica a escalada em árvores de até 40 metros de altura. Sendo um método que implica a remoção dos ninhos, é implícito que em grande percentagem deles haja a necessidade de escalar as árvores, situação por si perigosa,

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