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Publicação quinzenal dedicada à informação local de Paredes de Coura. Aqui encontra notícias, reportagens, entrevistas e agenda cultural do concelho. Um espaço de proximidade que dá voz à comunidade courense.

Opinião

Quotidianos

21/07/20253 Minutos de Leitura
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O que define a essência política de um candidato autárquico, sobretudo a presidente de uma Câmara Municipal (se bem que na antecâmara dessa eleição estejam as candidaturas apresentadas às Juntas de Freguesia e às Assembleias Municipais)

Recolhendo dados de Platão e Heidegger, dois filósofos do mundo, poder-se-á dizer que, na génese do pensamento ocidental, e moldado por Platão e seguidores da sua escola de pensamento, o verdadeiro político é justo e racional, tendo uma relação
intrínseca com a verdade e o bem.


Esta ideia do bem público sobrepõe-se aos interesses pessoais, exigindo a aplicação
quer de regras éticas de transparência, quer das mais elementares regras de justiça. Ou
seja, a sua alma racional é a trave-mestra de uma ação política que o obriga a governar
com ponderação e equilíbrio, já que apenas aceita ser político em benefício da pólis e da
missão moral que pretende assumir.


O compromisso com a verdade, a proximidade com as pessoas, o reconhecimento da diversidade e a aceitação da ética, em nome do bem e do interesse público, é o caminho a seguir por um candidato que se diz do povo, e com o povo quer exercer o seu poder de decidir em prol de uma comunidade.


Mais recentemente, na 2ª metade do século XX, pelas ideias de Heidegger, um político, e muito mais ainda um líder autárquico, reconhece-se pela sua autenticidade, assumindo a responsabilidade pelas ideias que apresenta, olhando para o rosto das pessoas com quem se cruza, e reconhecendo-as no seu contexto de tradições e crenças que dão sentido a uma verdadeira comunidade.


Mais do que isso: não é um fala-barato, não se candidata aqui e acolá, como se o mundo dos eleitores fosse por ele totalmente controlado, qual saltimbanco de cargo em cargo ou mera marioneta de sombrios jogos políticos!


Neste caso, o político deve pertencer a um mundo afetivo, que vive a sua época e conhece por dentro os problemas do seu contexto, já que a política traduz a consciência de uma comunidade que se abre permanentemente à mudança, às novas ideias e sobremaneira a uma afetividade que se respira e sente de um modo profundo.


Um candidato autárquico é alguém que tem de ter a essência racional e afetiva, respetivamente, o sentido de justiça, ancorada na ética da sua ação, e o sentido de pertença a uma comunidade, da qual faz parte e da qual conhece a sua cultura ou a verdadeira razão de existir como projeto de futuro.

Depois desta introdução, e se a mesma for aceite nas suas premissas de argumentação, que candidatura à Câmara Municipal de Paredes de Coura deve ser escolhida pelos eleitores no sufrágio de 12 de outubro de 2025?

José Augusto Pacheco

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